A influência dos pais na alimentação dos filhos
- Aline Souza
- 30 de nov. de 2016
- 5 min de leitura
Comida costuma ser um tema de preocupação recorrente para os pais. É inevitável não influenciar na alimentação dos filhos, até porque, os pais costumam ser o maior exemplo para as crianças, em todos os aspectos, e na grande maioria das vezes, o comportamento alimentar de uma pessoa é desenvolvido justamente nessa fase, onde se descobre os sabores dos alimentos. Mas e quando os pais levam um estilo diferente do comum, como os vegetarianos e veganos? É correto influenciar a alimentação de uma criança, com certos tipos de restrições? Que postura tomar?
Durante a gravidez, já é natural da mulher redobrar os cuidados na alimentação. Segundo a Nutricionista, Isabela Barbosa, O planejamento alimentar da gestante deve assegurar uma ingestão adequada de energia, independente se seu cardápio costuma ter restrições, ou não: “ ferro, zinco, cálcio, vitamina D, B12 e riboflavina, a deficiência de qualquer destes nutrientes pode afetar o bem-estar da mãe, da criança ou de ambos. Principalmente, deve-se adequar à ingestão de cálcio e vitamina D, devido ao papel crítico que possuem na formação e desenvolvimento ósseo”.
Uma pessoa que também é acostumada com refeições que contenham proteínas encontradas em carne animal, tem que tomar certos cuidados ao se propor virar vegetariano ou vegano. Recomenda-se acompanhamento de um profissional, que substitua todas as proteínas, para que seu corpo não fique em falta.
Beatriz Cristina(24), Casada com Cristian Xavier(22), não enfrentou problemas na hora de decidir a alimentação da filha, já que ela é Vegetariana e seu marido não possui nenhum tipo de restrição alimentar. Tornou-se vegetariana aos 17 anos e quando ficou grávida não pensou duas vezes em repassar isso a sua filha, Mirana de 1 ano e 7 meses, que leva um estilo de vida vegano influenciado pela mãe: “No começo da gravidez muitas pessoas me perguntaram se eu voltaria a comer carne por causa da gestação. Nunca cogitei essa hipótese, afinal, consigo todos os nutrientes que preciso em uma alimentação vegetariana. O mesmo serviu para a criação da Mirana. Conversei com o pediatra e ele apoiou a minha decisão. Eu seria uma pessoa muito mais realizada hoje se tivesse sido criada em um estilo de vida vegetariano. Estou apenas dando essa oportunidade para minha filha”.
Ao ser questionada, se caso a Mirana venha ter curiosidade de consumir carne animal, a mesma afirma: “Muitas pessoas já me fizeram essa mesma pergunta e ainda dizem que eu não deveria deixá-la passar vontade. Eu sempre respondo: Se o seu filho pedisse um copo de cerveja, você daria ou deixaria ele passar vontade? É assim que vejo o consumo de carne. Para mim, não é algo natural e não deve ser oferecido para uma criança“.
Para Isabela Barbosa, não é recomendável que haja essa proibição. Os pais devem aconselhar e informar a criança o porquê de não se consumir os alimentos de origem animal, explicar como foi feita a escolha deles.
Já Carina Antonini, virou vegetariana a pouco mais de um ano, por influência de seu marido, Vicente Lyrio. Eles têm uma filha de 4 anos, a Giulia, que come de tudo, inclusive carne:
“Minha filha é vegetariana em casa e come muito bem e de tudo, mas ela vai para escola, dorme na casa dos avós e amigos, e frequenta festinha de aniversário de pessoas diferentes, então, não quero privá-la disso. Ela gosta de carne e eu respeito, mas ela sabe que em casa não tem carne e tudo bem”.
Influenciar esse tipo de dieta a uma criança, requer de muitos cuidados que vão além da alimentação. Deve-se trabalhar também, com o psicológico. Segundo a psicóloga Alyne Abranches, é preciso conversar muito com a criança, e explicá-la do porquê de ter que comer coisas diferentes de seus amigos. “Isso geralmente acontece ao entrar na escolinha. A criança se depara, na maioria das vezes, com alimentos menos nutritivos que o seu, e é onde trabalhamos com seu psicológico. Se ela tem convivência com esse estilo de vida desde pequena, vai saber o que comer ou não. O ideal é, caso desperte o desejo, não proibir, pois pode acarretar em diversos outros fatores, como frustração alimentar e ignorar todo e qualquer alimento”.

“Qual a vantagem de oferecer a minha filha um industrializado ''nutritivo'', mas junto dele um monte de aditivos químicos? Aditivos que são responsáveis por reduzir a absorção de nutrientes, aumento da pressão arterial, obesidade, diabetes, colesterol, e na pior das hipóteses, câncer. Não vejo vantagem. Muitas pessoas julgam o vegetarianismo, mas acredito que a Mirana tenha uma alimentação mais saudável do que algumas crianças que consomem ''de tudo''. Ressalta Beatriz, Mãe da Mirana.
Carla Amaral, 31, também influencia na alimentação da filha, Júlia Dias de 5 anos de idade. Ela afirma que sua filha não tem frescura para comer, e a compara: “Ela não tem frescura para comer, come verdura, frutas, que minhas sobrinhas nem pensam em experimentar. Percebo que ela é bem desenvolvida para a idade que tem, então não vejo problemas em seguir essa dieta”. Carla ainda comenta que ja é a segunda escola que sua filha frequenta: “Na escola que ela estava ano passado, às vezes eles queriam tirar a carne da comida e oferecer para ela, até entender que não comíamos nem dessa forma. Esse ano ela está em uma onde todas as crianças levam seus próprios lanches, ou compram na cantina, então não há interferências”.
É importante enfatizar os benefícios de uma alimentação saudável, independente se você for de um estilo de vida restrito ou não. Um estudo divulgado pela Universidade da Carolina do Norte (EUA) mostrou que, nos últimos 30 anos, as crianças aumentaram o consumo calórico em 179 calorias por dia. E, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o excesso de peso em crianças e adolescentes já é um problema maior que a desnutrição no país. A prevalência da obesidade infanto juvenil subiu 240% em 20 anos.
“Quando ela tem contato com frutas e vegetais de uma forma geral desde cedo, e sem obrigação em comer, será muito mais fácil a aceitação desses alimentos”.

Dica pros pais que estão tentando implantar uma alimentação mais saudável aos filhos:
A gente sabe que entre uma folha de alface, e um chocolate, eles irão preferir um chocolate, né? Mas vale ressaltar que essas guloseimas não substituem as refeições, por isso o ideal é oferecer-lhes alimentos que suprem todas suas necessidades. Vejam algumas dicas para que os pequenos aceitem essa ideia de serem saudáveis:
1. Leve as crianças à feira
Apresente a elas um novo mundo de cores e sabores na feira, na quitanda ou mesmo nas gôndolas de vegetais no supermercado. Peça para os pequenos tocarem as frutas e os legumes, sentirem suas texturas e seus aromas. Peça também ajuda, por exemplo, para escolher os tomates mais bonitos.
2. Capriche na apresentação das comidinhas
Na idade pré-escolar, a criança se sente atraída por apresentações curiosas dos alimentos. Por isso, decore o prato de um jeito bem divertido. Misture vegetais de diversas cores e formatos. Você pode usar, por exemplo, aquelas forminhas especiais para cortar legumes.
Faça uma carinha no sanduíche.
3. Dê nome divertido aos pratos
Isso ajuda a chamar a atenção e a abrir o apetite da meninada. Você pode anunciar que servirá borboletas enlouquecidas nas flores para colocar no prato um macarrão gravatinha com brócolis.
4. Inclua verduras e legumes no lanche
Além do almoço e do jantar, ofereça vegetais também no lanchinho da tarde. Que tal um minicachorro-quente que, em vez de batata palha, tenha cenoura crua ralada? Ou um hambúrguer pequeno com folhas de alface?
5. Respeite os gostos da criança
Se seu filho provou uma verdura e não gostou, prepare-a em uma próxima refeição de maneira diferente. Não desista de primeira. Porém, se ele continuar não gostando, não o force. Seu filho tem o direito de adorar abóbora, mas detestar abobrinha.

Sabe a mamãe Beatriz Cristina? Então! Ela compartilha toda a rotina alimentar da Mirana, em sua conta no Instagram. Além de ajudar outras mães vegetarianas e/ou veganas, ela posta uma foto mais fofa que outra da pequena blogueirinha! Você pode conferir, também, os primeiros alimentos da Mirana, com a tag: #101primeirosalimentosdamirana. Siga e confira!

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